quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Indo Para O Inferno

- Não me abençoe, Padre, porque eu pequei.

Vocês sentiram minha falta? Fiquei preso por um tempo,  fui pego pelo que eu fiz, mas paguei tudo com estilo. Enterrei todas as minhas confissões que eu entreguei à época, agora sou experiente em tantas coisas podres (...) Então estou de volta novamente.
Lá me disseram, que pelas vidas que eu tiro, estou indo para o inferno. Pelo tipo amor que eu faço, estou indo para o inferno, então estou aqui sendo carregado pelo diabo. Vocês podem ouvir os sinos de casamento? Vocês sentiram minha falta? Não me perguntem onde estive, você sabe,  lá me disseram que redefino pecado, sinceramente não sei oque está me guiando para ficar com isso na cabeça, talvez eu esteja morto. E me disseram lá, que pelas vidas que eu finjo, estou indo para o inferno, pelos votos que quebro, estou indo para o inferno. Pelas maneiras que machuco as pessoas, enquanto satisfaço meus desejos egoístas, sentado em um trono enquanto o resto da minha raça é enterrada na sujeira. Pelo homem que odeio - estou indo para o inferno. Sendo carregado pelo diabo, conseguem ouvir os sinos de casamento?
Pelas vidas que eu tomo, pelas leis que quebro. Pelo amor que odeio e pelas mentiras que contei - Estou indo para o inferno!

Pela maneira como sou condescendente, nunca estendendo a mão, com uma arrogância que faz minha cabeça ser enterrada na areia. Pelas almas que eu abandono, eu estou indo para o inferno. 

the pretty reckless going to hell 


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Umbral

Estive aqui todo esse tempo, destinado a esgotamento de resíduos mentais, nessa zona purgatorial, onde se queima a prestações o material deteriorado das ilusões que adquiri por atacado,  menosprezando o sublime ensejo de minha existência. Alimentado por Vingança, Ódio, Inveja, Rancor, Raiva, Orgulho, Soberba, Vaidade, Ciume... Uma alma infectada. 
Eu e todas essas pessoas que se atraem por afinidades e semelhanças, revoltados de toda a espécie, compartilhando dos mesmos sentimentos lastimosos que assolaram minha doce vida ao longo desses infelizes anos. 
Nesse chão, observo as nuvens cinzas de martilho, dolorosas faixas de frequências vibratórias negativas que não cessam. Como vim parar aqui? - punição ou banimento ? 
Preciso me resgatar dessas camadas infernais que me coloquei em vida porque apesar de toda perturbação e desequilíbrio, ainda consigo enxergar filetes de luz, e sentir a água, mesmo que esta seja de pura lama. Pedir socorro não é vergonha pra um espírito tão cansado, num corpo tão jovem. Não posso mais viver na escuridão !