sábado, 28 de dezembro de 2013

O Mesmo de Sempre

Ei, não tenta entender as voltas que eu dou sozinho. 

Deixa só um mistério estranho de filme trash. Ninguém quer descobrir o que há por trás do garoto diferente, mas ele ainda é um garoto diferente que deve ser descoberto. 
Passo horas falando pra ficar mudo de repente, passo toda a segurança do mundo pra me derrubar em medos bobos. É que tudo fica mais legal em constante mudança. E eu nem sei mais ser o mesmo sempre.


Tudo o que eu disser agora é controverso . O que foi dito ontem talvez não seja mais verdade amanhã . é estranho viver assim , não se conhecer mais ..O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesmo compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes um exaltado, com uma alma intensa, violenta, atormentado, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!


quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Desculpas Sinceras

- Desculpa se o que eu disse te ofendeu de alguma forma, não foi minha intenção.
 Disse eu a uma amiga, enquanto esperávamos a comida chegar, num restaurante.
- É, você realmente me ofendeu. Que bom que você reconhece isso.
Desviei o olhar e devo ter emitido alguma espécie de som provocativo, tipo"humm" ou "ééé".
- Você reconhece que me ofendeu, não reconhece?
- Bom, eu reconheço que você ficou ofendida.

- Impressionante! 
 Ela exclamou, batendo com as duas mãos sobre a mesa. 
- Você tá pedindo desculpas e continua achando que está certo.
- Sim, ué.
- Então seu pedido não vale nada! Não vou aceitar!
- Mas quem foi que disse que um pedido de desculpas precisa ser sincero? Pedir desculpas é um ato de diplomacia, não de sinceridade.
- Você é inacreditável, sabia?
- Desculpa."
 Ela ficou em silêncio, de braços cruzados.
- Desculpa se eu tentei ser a pessoa maior.

Então ela se levantou e foi embora, ofendida.
- Mas eu sou a pessoa maior. Eu sou dez centímetros mais alto que você. Ou mais", tentei me explicar. - - -   - Desculpa! Desculpa! 

Gritei, em vão, sem me dar conta de que o restaurante inteiro estava prestando atenção.

- Tá bom, desculpa pra vocês também 
Pedi. 
- Mas eu vou logo avisando que não estou sendo sincero.


Adorável Psicose

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

A Minha Inexistência



Nesse  mundo em que estamos ninguém olha pra ninguém, não tem tanta violência física assim como antigamente, como na idade média, por exemplo, que as pessoas eram decapitadas em praça pública para delírio de quem assistia. Mas a violência psicológica, moral que sofremos hoje é muito grande... Pra passarem a perna em você hoje em dia, basta a oportunidade.
Na minha vida, a violência física sempre foi presente, desde criança quando meu pai começou a notar minhas tendências homossexuais, na escola quando notaram isso, quando saí daquela cidade pequena onde na rua era agredido, e quando vim para Brasília quando passei seis anos sendo agredido por um tio que morava na mesma casa que eu.

Hoje, quando me abraçam, me sinto estranho, não consigo namorar porque não sei lidar com uma coisa que nunca me permitiram. O amor.

Eu tento me reinventar todos os dias.
Fingindo fugir da minha própria vida.
É assim que vivo meus dias.
Se hoje consigo digitar esse texto com todos os meus dentes na boca, é porque tive muita sorte.
Mas(...)
Eles tiraram meu brilho, queridos.
E hoje, eu finjo sorrir pra não desmoronar diante do mundo.

E pra não perder a dignidade que me resta.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Lobotomia

Por um instante quis sentir falta de alguém, mas não consegui me lembrar de ninguém. Por outro instante quis inventar uma pessoa, mas eu sou tão de verdade nesse momento que me faltou capacidade para ser enganado. Na cidade mais difícil do mundo amei meu medo, meu quarto, minha cama, meu banheiro, minha coragem, minhas próximas horas pelo resto da vida, minha quase morte que agora me enchia de novidades, meu silêncio, a extensão do meu pânico curioso que iluminava toda a cidade com as luzes de natal, minha tranquilidade madura, toda a bagunça da minha cabeça. 
Sim, o garotinho magrinho, branquelinho, assustado, sensível, cheio de ódios, cheio de erros e cheio de si, agora apenas recomeçava no corpo de um homem invisível. 

Amo que o mundo esteja em festa, afinal, é Natal ! E eu tenho convites , mas ninguém atende o telefone, ninguém nunca apareceu ...

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Voltando a Rezar.



Dezembro de 2013 . Sou mais um apaixonado por música. Uma avalanche de discos foram lançados nesse verão, embrenhados pelo movimento pop e hip hop atual e nenhum deles me interessou. 
Lentamente me aproximo dos meus discos antigos e examino minha pilha humildemente esmagadora. pego por acaso um disco. Um cheiro de patchuli invade meu quarto. O aroma fora prensado nos sucos do vinil, pasmem - ainda está lá desde que comprei a 5 anos atrás numa feira por 15 reais , muito por não ter vitrola em casa e só escutar pela versão em Cd ou em mp3. 
No disco há uma foto da cantora usando uma calça jeans, com a barriga exposta, enfeitadas com grinaldas de contas, na época que fora lançado, ela também estava na capa da Rolling Stone, com longos cabelos negros, fazendo um visual meio hippie
Mandou bem, garota!
O disco trás ainda mais tesouros; É sombrio, com canções complexas e mais autobiográficas do que nunca que falam desde sua relação com a religião, a violência doméstica sofrida durante seu casamento com o então ator Sean Penn, a morte da mãe a briga com o pai e a relação que tem com a família. A mulher se tornou uma artista com um nível muito mais elevado com esse disco em 1989 do que tantas outras de hoje em dia.

A redescoberta do álbum alegra minha manhã .

sábado, 7 de dezembro de 2013

A Realidade do meu Calabouço

Quando eu olho pro meu passado, não é que eu não queira ver as coisas como elas aconteceram, é que eu prefiro vê-las de uma maneira criativa, por mais que soa degradante e depressiva, na realidade, a mentira é muito mais honesta, pois, eu a inventei. A psicologia clínica nos diz que o trauma é o assassino final, mas as memórias não são recicladas como átomos e partículas na física quântica, elas podem ser perdidas para sempre. O Calabouço foi criado por mim como se fosse um quadro da minha vida que não foi terminado, e como a pintura desse quadro eu preciso preencher todos os buracos feios -  e deixá-los bonito novamente.
Sobre as minhas referencias  baseadas em minha vida, repito : Não tenho sido desonesto. É que como essas mesmas inspirações - EU DETESTO A REALIDADE! Ao meu estilo depreciativamente romântico(...)

Às pessoas que leem o blog, nada do que foi dito aqui, foi em vão, pois cada vez que me ponho a frente desse teclado, é com lágrimas nos olhos, que choro por mim e por vocês que se identificam com cada palavrinha qualquer cheia de emoção que expresso.

Meu muito obrigado.
Bam!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Eu e mais ninguém


Não estou afim de fazer nada agora, não estou afim de ouvir ninguém
Deixei os meus problemas lá fora e as lembranças mais covardes também.
Eu tô afim de jogar tudo fora, eu não vou mais atender ninguém. Não tentem me fazer voltar agora, já estou na estrada, já subi no trem.
Eu não sei bem o que quero da vida, mas eu já sei o que ela quer de mim.
E dai se eu não tenho muito o que falar? E , E dai se eu não quero nunca mais sair da minha casa?
Ficar no sofá enquanto todos os meus amigos estão saindo. Fazendo jornadas do corredor até o meu quarto.
E matarei mais tempo então deixe-me apodrecer aqui dentro.
Eu estou tão bem, eu e mais ninguém. Nem tudo certo, o que é que tem ?