segunda-feira, 30 de junho de 2014

Cilício


No mar de maus destinos, donde vivem polegares anjos de Deus;
Onde todos tomaram “IAN*”, e vivem como Abutres;
Submersos por suas mentes
Aqui também estou, desajeitado;
Te Amando mau, como se não houvesse o dia que se segue àquele em que estamos;
Inconsciente, era afortunado e não me disseram;
Tinha Amor, e não me disseram;
Tenho vida, e não me disseram;
Amava e não sabia;
Perdi, espero tela um dia.
Todos acham que não tenho amor;
A unanimidade é burra;
Quem acha, é porque alguém perdeu

Quem acha, é porque ninguém percebeu.
Tomado por arrependimentos
Fatalidade ou Mortificação, não sei.
Mas é melhor isso, do que o cilício.  





domingo, 29 de junho de 2014

Insosso

Fazer amor é coisa séria demais...
Não basta um corpo e outro corpo, misturados num desejo insosso, desses que dão feito fome trivial, nascida da gula descuidada, aplacada sem zelo, sem composturas, sem respeito, atendendo exclusivamente a voracidade
do apetite. 
Fazer amor é percorrer as trilhas da alma, uma alma tateando outra alma, desvendando véus, descobrindo profundezas, penetrando nos escondidos, sem pressa com delicadeza...

Fazer amor é Ressurreição !!!
É nascer de novo: no abraço
que aperta sem sufocamentos no beijo que cala a sede gritante,
na escalada dos degraus celestiais que levam ao gozo.

Embora, pra mim  o sexo  veio  cru, insosso e duro.
Só é desafio, febre, fuga, e pele. E apesar das visíveis portas abestas para o amor ,  uma repentina paz vinga minha dor nos viés dessas extremidades anais.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Isaac

Olhando para o céu fixamente desse inferno que amarra minhas mãos, sacrificando meu conforto e fazendo a vida em terras estrangeiras, enquanto luto contra a escuridão, anjos chamam meu nome.

Eu posso ouvir o que eles dizem e jamais serei o mesmo. 
Se fossem trancadas
Se fossem todas trancadas
As portas dos generosos, as portas do paraíso (...)

Lembrei-me... tudo em minha vida tem sido um teste, mas acharei os portões, ainda que meu espírito esteja partido. 









Issac, Madonna

domingo, 22 de junho de 2014

Sóbrio


' Estou a salvo aqui em cima, nada pode me atingir. Mas por que sinto que a festa acabou? Não sinto dor aqui dentro, ''isso'' é minha proteção, mas como me sentirei bem assim sóbrio? ' 

Não quero ser o garoto que ri mais alto, ou o garoto que nunca quer estar sozinho. Não quero ser aquele que liga às 4 da manhã, mesmo porque eu sou o único que você conhece no mundo que não estará em casa. 
E o sol me cegando.
Virando noites de novo.
Estou descobrindo que não quero que minha história termine assim.
Não quero ser aquele que vai preencher o silêncio
O silêncio me assusta, porque grita a verdade
Por favor, não me diga que tivemos essa conversa
Não vou lembrar, poupe suas palavras, pois não vai adiantar.
A noite está chamando
Ela sussurra para mim "vem brincar” 
E Estou caindo
E se eu me entregar, serei a único culpado.
Quando é bom, é bom o suficiente até que estraga. Até você tentar encontrar aquele que costumava ser, se ouvindo chorar, angustiado, tentando apenas encontrar um amigo.
Caindo, girando, caindo e girando, procurando a si mesmo... Sóbrio.


Sober, Pink

sábado, 7 de junho de 2014

Inimigo


E parece que é assim mesmo: Nós somos os nossos maiores inimigos.
A nossa vida pode estar como for, mas o fato é que, às vezes, preferimos procurar coisas para ficar triste, e assim, dizer que a vida está sendo injusta conosco.
Já perdi as contas de quantas vezes escutei, por querer, aquela música que me trazia más recordações.
Já perdi as contas também das vezes que olhei a foto daquele ente querido que se foi. E como previsto, chorei pela falta que ele fazia - e faz - e pela saudade que sentia.
Já perdi as contas de quantas vezes senti saudades daquelas pessoas que antes eram minhas amigas e hoje nem sabem que eu existo, e abria o histórico do msn, lia e relia todas as conversas antigas e acabava ficando mal, não porque eram más recordações, mas sim, porque eram boas. E essas recordações "boas" acabam virando nosso pior pesadelo quando o relacionamento acaba.

Sou eu que, às vezes, prefiro ficar mal. Não existem meios de esquecer pessoas, lugares, aromas... O que existe é nosso querer em não colocar essas recordações no centro da nossa vida. Nós não temos uma lixeira em nosso coração e mente, que de vez em quando é esvaziada. Algumas vezes nós vamos lembrar, ficar tristes, chorar, sentir saudades... Isso é normal. Mas o que não podemos, é colocar o que nos faz mal, no centro das atenções. Afinal, “a vida continua”. E o passado existe apenas para contar a nossa história.

domingo, 1 de junho de 2014

Modo Autossabotagem On

...Porque eu realmente nunca estive satisfeito com nada. A algum tempo, entrei em algum tipo de crise temporária, mais conhecida como “modo autossabotagem on”, e terminei com meu namorado, um cara legal de quem eu realmente gostava, para viver a vida à la solteira como os meus amigos. Só que os meus amigos também acabaram conhecendo pessoas legais. E eu fiquei sozinho.  A ironia da coisa é que eu passei anos – eu disse anos – reclamando incessantemente sobre como eu queria encontrar alguém. Não que eu tenha problemas em lidar com a minha própria companhia, muito pelo contrário. Tem noites em que tudo o que eu quero é ficar sozinho em casa, vendo filme e bebendo vinho. Mas a perspectiva da solidão eterna me assusta. E quando eu finalmente encontro alguém legal que realmente gosta de mim, eu me apavoro e me coloco numa situação patética de solidão. 

E cá estou eu, absolutamente sozinho. Por opção, mas uma opção mal feita, pelos motivos errados. Tudo errado.