quarta-feira, 31 de outubro de 2012

31


Amanhã fico triste,
Amanhã.
Hoje não. 
Hoje fico alegre.
E todos os dias,por mais amargos que sejam,Eu digo:Amanhã fico triste,
Hoje não.
Para Hoje e todos os outros dias!


E hoje não vou fazer isso. Não vou ceder, não vou me preocupar. Vou entrar em férias de mim, balancear os pneus, checar o óleo. Vou me amar. Pra depois tentar, quem sabe, amar alguém.


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ana

Hoje. Ela falou por mim.

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas, no caminho aonde eu vou
Ás vezes ando só trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há e mim e basta,
Outro tempo começou... pra mim agora
Vou deixar a rua me levar, ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar, e eu vou lembrar você

É mais tenho ainda muita coisa pra arrumar,
Promessas que me fiz e ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir

Iguais na Diferença


Eu te odeio. E te odeio por duas razões muito simples: a primeira não lembro, e a segunda é que você é diferente de mim. Esse teu jeito de não-eu me cansa. Você pensa diferente, age diferente, gosta de coisas diferentes, e isso é simplesmente horrível. O mundo seria um lugar melhor se todos fossem como eu. Você seria uma pessoa melhor se pensasse como eu, e agisse assim. Veja bem, não estou dizendo que o seu jeito é ruim, apenas que o meu jeito é o certo, e fazer as coisas como eu faço é melhor, sempre. Imagine que mundo perfeito: todos teriam a minha religião e o meu gosto partidário. Gostariam apenas das comidas que eu gosto e assistiriam apenas os programas de TV que eu acho que são divertidos. Todas as pessoas da face da terra seriam gremistas e heterossexuais. Não seria exatamente belos, mas também não seria feios. Não seria magros, mas também não seriam obesos. E nem precisaríamos conversar, pois todos teriam a mesma opinião que eu, o que economizaria muito trabalho. Já pensou que maravilha?
Agora, falando sério, o pior mesmo é que há muita gente que pensa assim. Me fez lembrar aquela canção romântica que diz “... existiria a verdade, verdade que ninguém vê, se todos fossem no mundo iguais a você...”. Se todos fossem, no mundo, iguais a mim, seria o fim de tudo. Tudo o que temos consiste em diferenças. Você sabe o que é ser magro porque é diferente de ser gordo. Você sabe o que é ser rico porque é diferente de ser pobre. Você sabe que o azul é azul porque há muitas outras cores, e todas elas são diferentes. Mas só sabe que é azul porque alguém te disse que era, e você acreditou. E você sabe o que é ser tantas coisas, sem nunca ter sido nada. É estranho. Mas tudo o que pensamos saber a respeito do mundo talvez não seja bem assim. Você sabe o que é ser bonito ou feio? Não há um padrão para isso. Alguém vindo da Feiolândia, onde não há TV ou mídia impressa, pode achar as pessoas da Lindolândia muito feias. E elas estariam erradas?
Nós não fomos tecidos em um padrão único, como um bolo em uma forma. Ou um copo onde se coloca água. Mas a verdade é que acabamos agindo como se tivéssemos sido, e nos conformamos. Literalmente conformamos. Ficamos do formato da forma ou do copo, e isso é tão fácil! O difícil mesmo é transbordar, ou seja, transpor as bordas que nos aprisionam dentro de algo que nem podemos ter certeza se é bom ou ruim. E, mesmo não sendo bom ou ruim, porque nada é absoluto, poderia ser sempre melhor. Bastaria para isso que saíssemos de nossos copos e nos misturássemos a outras águas. Ah, sim, isso seria muito refrescante! Até porque a água parada prolifera toda a sorte de vermes e impurezas.
Enfim, eu poderia ficar horas escrevendo sobre esses assuntos, mas prefiro não me estender muito. Até porque duvido que alguém lerá tudo até o fim. Ou não, já me disseram em um comentário, num outro post desse mesmo veículo internético, que alguém sempre lê. Veremos...

Sentido

As coisas não são sempre o que parecem, e quase nunca parecem aquilo que são. Vemos apenas uma parte do todo, que hoje é, amanhã não mais. E vejo acontecer com as pessoas, e vejo que acontece comigo. Não sou aquele que sou. Nem ao menos sou aquilo que sou. Sou apenas o pedaço de uma parte de um pequeno fragmento particionado em milhões de pensamentos, sensações e sentimentos; que variam dos mais nobres aos mais pobres, torpes e fúteis que há. Mas amanhã tudo aqui será passado, e talvez nem mereça ser lembrado. Apenas o que fica é a impressão que deixamos nos outros, e as que eles deixam em nossas atormentadas almas. Almas prisioneiras de um cativeiro sobre o qual somos inconscientes ou pouco sabemos a respeito. No fim, apenas o pó aqui restará. Mas onde estaremos nós? Eu sei que estarei em você, porque você um dia leu este texto e talvez outros que escrevi; porque eu te amei ou te fui indiferente um dia, e assim fui importante de alguma forma em tua vida; porque na colisão dos nossos acasos, um se foi; o outro ficou.
Assim sou eu, assim é o mundo; onde cada qual pensa levianamente que possui alguma importância sem se dar por conta de que não passa de um pedaço de nada. É isso... somos menos que o pó. Nossa existência existe parcialmente, e temos para o todo a importância que tem aquela formiga que agora caminha atarefada pelo teu jardim. E que razão há na vida dela? Que razão há na tua vida? E na minha? E, assim mesmo, teríamos tanto a aprender com as formigas! Me escutem quando afirmo que elas herdarão a terra!
E que importância tem a tua decepção dentre bilhões de decepções existentes no mundo? Por que ela é mais importante do que a do outro? E por que haveria de ser inferior? Mas ela não conseguiria ser maior do que a beleza e o amor, nem que fosse multiplicada mil vezes! Há de haver na vida um sentido e um propósito glorioso e indecifrável. Mas qual seria o sentido? Talvez seja mais simples do que pareça! O sentido, caro leitor, amigo, conhecido ou desconhecido, é de dentro para fora.

Amigos e Espelhos

Devo ter algum problema com os espelhos. Não sei, talvez seja a forma com que olho para eles, ou o meu ponto de vista, por assim dizer. É que quando olho para o espelho, ele me devolve uma imagem distorcida. Bem, na verdade sou eu que recebo uma imagem distorcida daquilo que ele me mostra. Mas eu sou assim mesmo, parcial. Não consigo olhar-me como sou de fato. Defeito meu. Mas talvez para isso existam os amigos! (?)
Quando conseguimos expressar as impressões que as pessoas à nossa volta nos transmitem e captar delas algo semelhante, acho que conseguimos entender melhor como somos de fato. Ou será que não? Isso me leva a pensar o que seríamos de fato. Aquilo que pensamos? Aquilo que sentimos? Aquilo que os outros pensam de nós?
Tenho dificuldades de aceitar que sou aquilo que penso. Não, não consigo aceitar isso. Me recuso a aceitar que sou tão pequeno assim. O que penso não te diz quase nada, é o que sou que faz a diferença. De que adianta pensar ser de um jeito, se você é de outro? Para que viver no mundo da fantasia e da hipocrisia?
Talvez eu esteja sendo extremista. Porém agora não consigo ser diferente, embora sinta ventos de mudança chegando. Afinal de contas, me parece que somos seres dinâmicos em constante mutação.
Então é assim, por enquanto encaro meus amigos como se fossem espelhos. Eles são capazes de me fazer ver aquilo que minha visão seletiva não capta: aquilo que pareço. Consigo traçar até um paralelo em alguns casos, entre aquilo que penso que sou e aquilo que os outros enxergam em mim. Mas estaríamos todos errados?
Em meio a tantas dúvidas, resta-me uma certeza quase solitária: é muito bom ter amigos verdadeiros...

terça-feira, 23 de outubro de 2012


Querida Gilly

As vezes eu sinto um buraco dentro de mim. Um vazio que de vez enquando, parece queimar; Se eu encostasse meu coração no seu ouvido, provavelmente ouviria o oceano e a lua hoje tem um círculo a sua volta : sinal de problema nao muito longe.
Eu sonho em não estar só, não iria dormir a noite sozinho e as vezes quando a brisa é morna e os grilos cantam sonho com um amor que faça até o tempo se curvar a ele. Eu quero alguém que me ame. Eu quero ser visto! Sei lá, talvez eu já tenha tido minha felicidade. 
Eu não quero acreditar, mas... Não há ninguém Gilly. Somente a lua.

Pactrical Magic

segunda-feira, 22 de outubro de 2012


“Vamos lá
O circo chegou
O palhaço não tarda a começar seu número.”

Todos já haviam previsto, me avisado e anunciado que eu não deveria comparecer.

Todo palhaço é infeliz...

Eu gosto do escuro
E do doce silêncio do vazio
Gosto do gosto de nada
Eu gosto da paz da solidão
Que me invade quando fico aqui
Eu gosto do nada insípido
do nada insone,
do nada insensível,
do nada invisível,
da ausência absoluta de cor.
Gosto do susto leve que é o nada, que só surpreende por ser nada.
Gosto da tranquilidade que é o "sem".
Gosto da segurança que é o não, o não que nega o novo.
o novo é o "com", o "com" assusta bruscamente, não é como o nada.
Não! Não ascenda a luz!
Não quero surpresas!
Onde nada habita
Também não habita a dor.
Onde nada se vê
Também não se sente.
Recuso a felicidade para evitar frustrações
Já me habituei ao nada completo
Ele me mantém entre o "sem" e o "não" 


- Acho que voltei aos meus dias de ecuridão '' quando está escuro e ninguém me vê, quando ta escuro eu enchergo melhor'' ou quem sabe é só a segunda-feira.

Escrever Por Timidez


Pensava que escrevia por timidez, por não saber falar, pelas dificuldades de encarar a verdade enquanto ardia, arvorava, arfava. Há muitos que ainda acreditam que começaram a escrever pela covardia de abrir a boca. Nas cartas de amor, por exemplo, eu me declarava para quem gostava pelo papel, e não pela pele, ainda que o caderno seja pele de um figo. O figo, assim como a literatura, é descascado com as unhas, dispensando facas e canivetes. Não sei descascar laranjas e olhos com as unhas, e sim com os dentes. Com as mãos, sei descascar a boca do figo e o figo da boca, mais nada. Acreditei mesmo que escrever era uma fuga, pedra ignorada, silêncio espalhado, um subterfúgio, que não estava assumindo uma atitude e buscava me esconder, me retrair, me diminuir. Mas não. Escrever é queimar o papel de qualquer forma. Desde o princípio, foi a maior coragem, nunca uma desistência, nunca um recuo, e sim avanço e aceitação. Deixar de falar de si para falar como se fosse o outro. Deixar a solidão da voz para fazer letra acompanhada, emendada, uma dependendo da próxima garfada para alongar a respiração. Baixa-se o rosto para levantar o verbo. É necessário mais coragem para escrever do que falar, porque a escrita não depende só de ti. Nasce no momento em que será lida.

Sempre fui muito tímido e sempre gostei disso - Desculpem eu ser eu. Quero ficar só! grita a alma do tímido que só se liberta na solidão. Contraditoriamente quer o quente aconchego das pessoas. - já dizia Clarice Lispector. Minha timidez, inesgotável origem de tantas infelicidades na vida prática, é a causa direta, mesmo única, de toda a minha riqueza interior.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Reestruturação - Autodestruição e revolução

 
Muitas vezes desaparecer é bom. Se faz necessário.
Faz parte uma limpeza interna, limpeza física, moral, abstrata. Limpeza da alma, dos poros e da vida…
Você se retrai, encolhe, fecha os olhos de maneira firme, se recusa a ver. O escuro é necessário, limpa a visão, nos mostra de verdade cada cor.
Assisti aquele filme comer, rezar e amar na hora certa, sabia? 
Por mais Best seller que pareça, conta boas verdades e de todas as pessoas.
Para mim serviu. Serviu porque mostrou o quanto é absolutamente normal deixar de sentir e se desesperar por isso. Deixei de sentir dores, amores. Simplesmente fiquei amortecido a qualquer motivo, maneira  situação. Nada me fazia crer. Nada me fazia desacreditar. 
Fiquei puro e simples. Puro comigo mesmo e capaz de vivenciar as asperezas do coração, capaz de ver cada defeito da pele, comparar o sorriso da foto com o atual e perceber que mudou, compreender que havia cor e de repente ficou comum. Chato, sem graça e puramente rotineiro.
Não é bom ficar assim, mas é necessário. Sabe o que é bom? Você se desesperar, gritar, chorar, ficar inacreditavelmente insuportável. Não se suportar e não suportar os outros. Os outros lugares, as outras pessoas e o outro você.
Começa a perder coisas bonitas e ver o quanto há de feio no universo.
Começa e acaba num mesmo segundo de existência! 
Entende que é finito, minúsculo…
Não enxerga a capacidade porque não entende e se recusa a entender porque está cansado de ter que entender.
Você afunda, afunda, afunda mais e quando sente a frieza da vida aprende quem é de verdade e o quanto as pessoas nos estragam e o quanto, por burrice se carrega de mágoa. Burrice pura e plena. Se é ruim, qual a necessidade de carregar? Tonto! Largasse pelo caminho… não largou, tem peso.
Resolver as mágoas? Ah, nunca na hora em que ela é feita. Sempre depois e sabe por quê? Porque depois você tem uma explosão dentro de sí, suficiente para eliminar a fonte e sem delicadeza. Quando você explode, está mais maduro e o alvo mais acessível. Crueldade? Não… estratégia, regra da vida: TEMPO!
E ai… Eis que um dia você fica leve, renasce, volta a sentir e dessa vez tão verdadeiramente, tão real que se reestrutura em segundos, como moléculas aceleradas em qualquer vídeo da discovery… Ficção? Não! Vida de verdade, harmônica, decente, gostosa…
Somos um campo… Vamos ficando minados de tanta coisa ruim e precisamos nos explodir para voltar a viver, a ser. 
Admiro a destruição, assim como Shiva… Destruímos para limpar o caminho.
A destruição revolucionária. A destruição que amo fazer daquilo que sou, para ser melhor!
Me replantar, me renascer… Me realizar.
 

Aranha, mínima, tece delicada teia. A vida por fios…
“Nós somos como uma aranha. Tecemos a vida e nos movemos nela. Nós somos como o sonhador que sonha e vive dentro desse sonho. Isso é uma verdade em todo o universo”.
Todos temos um sonho. Como dizia Cazuza - ' Quem tem um sonho não dança! ' Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.
Justamente por isso, uso a sempre batida frase de não desistir e sempre lutar por daquilo que você acredita, quando você acredita e luta, tudo fica mais fácil, as coisas conspiram ao seu favor. Pra mim, antes de acreditar e lutar, preciso fazer, pelo menos uma limpesa, mesmo que seja abstrata na alma.
 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012



 "Não vou pra sua casa hoje nem que me paguem", eu disse, alfinetando.
"Se te pagassem pra ir à minha casa seria prostituição", ele respondeu, sarcástico como de costume.
Então eu ri e acabei indo pra casa dele, que eu não tinha me depilado à toa.
Que cada um diga o que fez, a que veio e por que ficou. E que cada um tenha a coragem de, não sabendo por que permanece, retirar-se..

domingo, 14 de outubro de 2012


É engraçado como a penumbra que antecede a tempestade me faz sentir estranho.
Detesto esse ar quente,
Mas me acalmo pelo seu anuncio de chuva.

Sei que o vento que bate não leva minha angústia,
E que a água que enxarca tudo
Não lava a imundície que você fez.

Mesmo assim não torço pra que você se afogue na poça lodo que criou,
Ainda espero que o sol brilhe nos seus dias.

Mas quando a seca ardida castigar o teu caminho
Nem pense em respirar o ar úmido do meu!

Ainda atendemos pelos mesmos nomes,
Embora não sejamos mais os mesmos.
Ainda temos nas faces a mesma palidez,
Embora agora eu me sinta absoluto
E você pareça obsoleto, sem quem ria das tuas gracinhas ou ature tuas manias.

Aqueles dois também continuam a atender pelos mesmos nomes,
Embora não sejam mais os mesmos.
Também carregam em suas faces a mesma palidez,
Embora eu o sinta absoluto
E a oposta parte pareça aliada ao incerto, ao relativo, ao inconcreto.

Este composto de frases é inconcluso.
Um dia o terminarei com: "E todos viveram felizes para sempre"

Clarice Lispector


"... E quando voce me dá sua mão fria, eu, a quente, sinto um arrepio na espinha e te mato, mato, mato até voce ficar completamente morto e inaproveitável para qualquer outra mulher, eu de novo te mato, mato e mato.
Eu não quero você para nada "seu" mão fria.

Vou por aí procurar mão quente, e mando você para a puta que te pariu meu grande amor..."
 
Como se faz para abandonar um barco que você já abandonou?
Eu tento me convencer do contrário, mas
Depois de furado, só afunda mais essa embarcação colorida de histórias, habitada por duas vidas e esburacada por erros absurdos.

Lá se vai, afundando em água de pranto cada dia mais.

- Um milagre por favor.
Um passo ao acaso 
E ca estou eu
Entregue ao descaso do vento,
aos desastres do tempo.

Sem mais, vou.
Outra vez vou.

Bad Bad Girl


Algo acontece e eu não sei o quê. Eu sempre sinto a necessidade de esconder meus sentimentos das pessoas. É de mim ou de vocês que tenho medo?
Não quero causar nenhuma dor. Mas eu ainda acredito em amor, e eu quero alguém pra cuidar. No meu coração, eu sei q é difícil. Mas o que eu posso fazer? Não quero me sentir triste.
Eu sou um garoto mal. Bêbado às seis. Fumei muitos cigarros hoje. Não sou feliz ajindo assim.
Eu sou um garoto mal. Beijando os lábios de muitos tipos de pessoas. 
Não estou feliz, desse jeito!

- Bad gril

A Conversa Comprometedora


Depois de alguma relutancia e sobre muita curiosidade, comprei o livro sobre a biografia da Madonna. Bebendo com um amigo proximo e intusiasmado sobre a nebulosidade e a dencidade da vida dela, ele começou a me questionar assim:

Ele: Descreva Madonna, Danilo :
Eu : Desesperada. Incompreendida. Generosa ..
Ele: Ela é um guia pra você?
Eu: Sim, ela foi um pouco ferida pela vida..
Ele: E você sofreu assim também?
...
Tremi. Me abalei por completo. Eu já tinha saido de um relacionamento desgastante e estava muito vuneravel a qualquer tipo de investida sentimental. Entao, desconversei, tentando contornar o assunto, mas ele insistiu..
- Não quero saber dela, e sim de você.
Ele: Como você se sente ferido pela vida ?

Os 10 minutos restantes, em meio a lágrimas e soluços, tentei explicar da origem da minha formação pscicológica e de carater..

Eu: Porque eu sou ferido. Eu acho que a ausencia da minha mãe em vida e a vida solitára que levo é uma experiência devastadora! Minha mãe nunca foi presente e a única frase de atenção que lembro dela foi '' nao vou te ajudar em nada. Se vira! ''  E eu me sinto completamente abandonado nesse ponto da minha vida. E eu tenho certeza que isso influencia todas as decisões que tomo, e.. isso me deixa com um sentimento de raiva, amargura e vingança, solião. Uma sensação de vazio. Você meio que cresce com medo de amar as coisas, porque elas vão te abandonar. E talvez seja isso que...( respirei ) eu reajo demais as coisas, eu sou múito sensível, porque, muitas vezes eu estive... ( respirei novamente )

- Você conversa com seus pais diariamente, é proximo deles ? Não é ótimo você ligar pra sua mãe, você liga pra ela todo o tempo? - Perguntei desconcertado..

... muitas vezes eu estou em situações em que me vejo completamente frustrado e ninguém pode me ajudar a me sentir melhor. Penso '' Deus, eu queria poder ter uma mãe, e ligar pra ela''. E eu não tenho.

Ele: E o que você faz? Fica sozinho? Não tem ninguém pra recorrer? Não existe um lugar em que você se sinta seguro?
Eu: Sim. Quando durmo.

Foi a primeira vez que chorei na frente de uma pessoa.
 
Nessa noite de quinta-feira. Eu voltei pra casa e não dormi.




terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aline. Minha Querida Aline!

Abraçar minha amiga depois de tanto tempo sem vê-la, foi pra mim a coisa mais reconfortante nesses últimos tempos de tantos tropeços em nossas vidas. Saber que diante de mim ta alí uma menina pequena com uma força de uma mulher dignas de Joana Darc, faz de mim, pobre menino esguio, querer ter essa mesma grandiosidade quando crescer. Pra mim ela é mais do que as palavras podem dizer. Não há como decifrar os mistérios, angústias e lutas por detrás daqueles olhos escuros, muitas vezes desafiadores e viscerais. A voz é de menina mimada que acabou de acordar de um sono profundo, mas quem disse que essa menina dorme. É a pessoa mais atenta que eu conheci na vida. Por fora parece insegura, com todas suas questões estéticas, mas no final das contas é ela quem tem as palavras certas pra amparar-nos quando estamos pra baixo. Escrevo hoje essa homenagem com lágrimas nos olhos de tanto amor por uma menina/mulher que atravessa momentos tão complicados, mas que ensina tanta dignidade as pessoas ao redor, que envergonho-me de chorar e parecer fraco diante a tanta estrutura concreta.
A impressão que eu tenho, é que do lado dela eu sou a pessoa mais segura do mundo!

... de mim.


É essa estranheza que me perturba.
Eu saio e volto e tudo fica do jeito que deixei.
Perturba, mas não é uma perturbação ruim, como não é boa.
Eu estou feliz, embora com uma dor contínua, mas suave, que não dá trégua, como se tivesse no meio do coração um hematoma que não me deixa esquecer que ele existe. Cheguei hoje cedo, e olha.. Na casa as roupas estão lisas, o chão limpo, os móveis lustrados e as flores mortas no vaso continuam lá para me recordar que ninguém trará novas.
Tranquilamente eu entro, atiro o peso da viagem no chão e me jogo na poltrona. Pela quarta vez eu leio “A Paixão segundo G.H.” e afirmo com ela, eu também não quero o que eu vi e também já não sou nem serei mais o mesmo depois do que vi e vivi. Não quero saber quem me odeia um ódio indiferente ou o quanto doeu me desfazer de uma terceira perna que me mantinha seguro, embora imóvel. Eu estou sozinho na sala, na casa, na alma, ninguém faz barulho, o telefone não toca e ninguém me oferece um café, posso ler sem perturbações, sem aquelas coisas que a gente vê como perturbações quando quer se convencer de que foi melhor assim.
Percebo que estou mais sozinho do que nunca, mas em paz com a minha solidão, me sinto tão completo na minha condição de homem que eu mesmo me basto.

Quanto tempo ainda até essa ferida cicatrizar?
Nunca nenhuma levou tanto tempo.
A superficialidade e a inconsequência não medem o mal que fazem aos malditos e burros centrados que admiram a razão, como eu.
Esses ridículos e fora de moda que ainda respeitam o amor.
Quem ama de verdade não fere assim.
Essa vida é irônica demais pra mim.

Fernanda Young

Gosto de quem entende o que eu digo. De quem escuta o que eu penso. Da minha prole. Dos meus discos. Dos meus livros. Da minha solidãozinha. Dos meus blues. Do meu umbigo. De unhas cor de carmim. De homem que sabe ser homem. De noites em claro e dias em branco. De chuva e de sol. Eu guardo as minhas rejeições em vidrinhos rotulados com o nome deles. Eu sou mole demais por dentro pra deixar todo mundo ver. Eu deixo pra quem eu acho que pode comigo.

I'm still running away

 Eu corri da minha casa que não conseguiu me conter. Do homem que eu não consigui manter.  Da minha mãe que me assombra, embora ela já tenha partido. Da minha consciência que nunca dorme. Eu corri do barulho e do silêncio, do trafego das ruas.  Eu corri para fora do lago, para dentro da chuva que embaraçou meus cabelos e molhou meus pés e minha pele. Escondeu minhas lágrimas, escondeu meus medos. Eu corri e corri, estava procurando por mim. Corri e corri e ainda estou correndo.
- Mer Girl

Mais Uma Dose Por favor


Eu tenho uma força de vontade brutal, e toda essa força tem se concentrado em sempre vencer um sentimento horrível de inadequação. Estou sempre lutando contra esse medo. Até consigo superar uma parte disso e começo a me ver como um ser humano especial. Mas em seguida entro em uma outra fase e passo a me achar medíocre. Aí então encontro uma maneira de me livrar desse sentimento. É um processo que se repete continuamente. Isso está sempre me importunando.
Meus amigos mais próximos se preocupam com minha incapacidade de me estabelecer, não apenas com um parceiro, mas comigo mesmo.
Um amigo íntimo, me dizia que eu bebia para evitar a depressão. E ele achava que eu deveria parar de beber e me permitir ficar deprimido. Mas o que aconteceria, não seria, eu ficar deprimido por não estar me dopando? A escrita é a única saída para os meus sentimentos. É um fato que eu tenho uma inclínação desagradável aos excessos, mas isso não beira ao perigo. Ainda possuo auto controle e posso desviar cada frustração a qualquer texto auto destrutivo, construtivo ou raivoso...Mas por enquanto - Mais uma dose, por favor!