Devo ter algum problema com os espelhos. Não sei, talvez seja a forma com que olho para eles, ou o meu ponto de vista, por assim dizer. É que quando olho para o espelho, ele me devolve uma imagem distorcida. Bem, na verdade sou eu que recebo uma imagem distorcida daquilo que ele me mostra. Mas eu sou assim mesmo, parcial. Não consigo olhar-me como sou de fato. Defeito meu. Mas talvez para isso existam os amigos! (?)
Quando conseguimos expressar as impressões que as pessoas à nossa volta nos transmitem e captar delas algo semelhante, acho que conseguimos entender melhor como somos de fato. Ou será que não? Isso me leva a pensar o que seríamos de fato. Aquilo que pensamos? Aquilo que sentimos? Aquilo que os outros pensam de nós?
Tenho dificuldades de aceitar que sou aquilo que penso. Não, não consigo aceitar isso. Me recuso a aceitar que sou tão pequeno assim. O que penso não te diz quase nada, é o que sou que faz a diferença. De que adianta pensar ser de um jeito, se você é de outro? Para que viver no mundo da fantasia e da hipocrisia?
Talvez eu esteja sendo extremista. Porém agora não consigo ser diferente, embora sinta ventos de mudança chegando. Afinal de contas, me parece que somos seres dinâmicos em constante mutação.
Então é assim, por enquanto encaro meus amigos como se fossem espelhos. Eles são capazes de me fazer ver aquilo que minha visão seletiva não capta: aquilo que pareço. Consigo traçar até um paralelo em alguns casos, entre aquilo que penso que sou e aquilo que os outros enxergam em mim. Mas estaríamos todos errados?
Em meio a tantas dúvidas, resta-me uma certeza quase solitária: é muito bom ter amigos verdadeiros...
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