quarta-feira, 18 de abril de 2012





Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares, levanta
os braços, sorri e dispara: ´eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e
todo mundo é meu também´.
No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos
descompromissados, os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos
consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e
reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.
Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso
comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como:
não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser
cuidado por ele, é telefonar só para dizer bom dia, ter uma boa companhia
para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e
receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´.. Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento...




Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah, terminei o namoro...
- 'Nossa,quanto tempo?'
... - 'Cinco anos... Mas não deu certo...acabou'
- É não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico; que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate... se joga... se não bate...mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria compania?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo...
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?
FATO




Eu já Venho prometendo isso há um certo tempo. Mas sério mesmo. Quero ser uma pessoa melhor.
Não que até hoje eu tenha sido uma pessoa ruim. Quer dizer, eu acho que não. Espero que não. Ai, não me olha assim. Eu só não dei meu espetinho pro mendigo aquele dia porque eu não tinha comido quase nada e era camarão. Poxa, camarão é caro. E eu não tinha nada pra comer em casa. Eu sei, o mendigo também não. Até porque ele não tem casa...
Mas e aquele outro dia, que o velhinho veio me vender oito balinhas por um real? Hein, hein? Eu comprei, tá! E a única razão de eu ter discutido no meio da rua foi porque ele só me deu sete. Sacanagem, o acordo era oito. Quer ser honesto, vamo ser honesto.
Mas eu queria. Ser uma pessoa melhor.
O problema é que isso implica numa mudança no seu padrão. É como fazer dieta. Você sabe que vai ficar bem melhor com três quilinhos a menos, mas aí o garçom te pergunta se você quer sobremesa e lá se vai sua meta.
Saí de casa decidido a mudar. A partir daquele momento, passaria a me estressar menos e a dosar mais minhas reações. Até descobrir há algum tempo atrás pelo Orkut ( saudoso ) que uma menina havia criado textos homônimos aos meus.
Lembro de ver pelo celular uma resposta desaforada da mocinha e subir a minha rua ansioso para rebater. Cheguei em casa e corri para o computador. Mas no instante seguinte, logo após enviar as mensagens, senti o oposto do que esperava. Não fiquei aliviado, muito pelo contrário. Me veio um sentimento ruim, uma sensação de que eu tinha agido como um idiota.
Meus amigos me disseram (meus amigos me dizem muitas coisas, às vezes eu tenho a impressão de que eles falam mais do que eu) que para uma estratégia dar certo, é preciso pensar na tática. Eles usaram alguns exemplos de futebol, mas eu tenho um incrível dom de abstrair qualquer informação relativa a esse assunto.
Brigar com a mocinha pelo Messenger foi um erro tático. Foi um baita retrocesso na minha estratégia de me tornar uma pessoa melhor.
Porque ser uma pessoa melhor requer disciplina. É tipo ir pra academia. Faltou um dia, faltou dois, já era. Vai ter que começar do zero.
Hoje é meu dia zero.




Situação clássica. Reunião de amigos, chega um desavisado e pergunta do namorado de uma das garotas presentes. Silêncio constrangedor, alguns olhares enviesados, tensos. "Eles terminaram", alguém diz, por fim. E aí vem aquela chuva de "que penas", "que chatos", "que tristes".
Todo mundo sempre lamenta quando um casal se desfaz. Mesmo quando uma das partes era claramente a escrota e a outra vai ficar bem melhor sem ela. Mesmo assim. As pessoas sempre sentem muito. Ainda que o sentimento não dure mais que dez segundos.
Agora experimenta passar pela mesmíssima situação, só que em vez de namorados, trata-se de duas pessoas que saíam há um tempo. Sem denominações oficiais.
Vou te poupar do constrangimento e contar logo o que acontece.
Ninguém
se
comove.
Nin-guém.
"E o fulano?", pergunta o mesmo desavisado de antes. Só que agora não tem silêncio constrangedor, nem olhar enviesado. Junto com a total indiferença das pessoas, vem uma observação técnica, desprovida de qualquer sentimento. "Ah, eles pararam de sair". Assim mesmo, "ah, eles pararam de sair", impassível, como se o vínculo desfeito não fosse digno de um "que pena" ou um "que chato".
Quando você não namora, você perde uma porção de direitos perante a sociedade, dentre eles o de sofrer com a perda da outra pessoa. Mesmo porque você não pode sofrer pela perda de algo que tecnicamente você nunca teve.
Até com meus amigos eu me sinto um pouco idiota de reclamar de um ex que não foi namorado. Um ex-qualquer coisa. Um ex-nada.
No máximo, um ex-trume.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sorria mesmo que sinta dor por dentro. Se você sorri, consequentemente transmitirá positividade às pessoas a sua volta. Mesmo estando triste, encare, com felicidade. Mesmo estando triste, você não tem o direito de transmitir infelicidade para as pessoas.

terça-feira, 3 de abril de 2012


Eu tive tantas vidas desde que eu era uma criança, e agora que eu percebi quantas vezes eu precisei morrer. Eu não sou aquele tipo de garoto. As vezes, eu sou muito tímido. As vezes, acho que posso voar mais perto do céu. A vida não tem manual de instruções, esse mundo não é tão gentil. Pessoas armadilham sua mente. É tão difícil encontrar alguém para admirar. Sabe, eu durmo bem melhor à noite, eu me sinto mais perto da luz. Eu não assisto TV . Eu não perco mais meu tempo. Não leio revistas. Não preciso de mais mentiras. Não é bom ser mal interpretado, não gosto de ser subtendido. Eu tenho medo de sair de casa, mas eu saio, não me importo com o que o mundo pensa sobre mim. Não quero que um estranho me passe uma doença social. Mas, eu, estou sempre evoluindo, crescendo, renascendo, me modificando, superando fases ruins, destruindo barreiras. Sou como as borboletas que voam para o infinito. Lagartas não. As borboletas são a perfeição a libertação a fase completa da mudança a liberdade completa. Estou em constante transformação.



o    – Foi quando me lembrei que tatuei minha borboleta encima de uma caveira. Então,  hipoteticamente , a caveira que está debaixo dela é a lagarta? - Sim, pois precisei morrer, conhecer a morte, para alcançar a vida, a liberdade.
O caminho da morte me deixou feridas, mas as cicatrizei. E assim, deixei de ser uma lagarta feia e repugnante para me tornar uma linda borboleta que voa livre, mesmo que todas as pessoas inda queiram quebrar minha asas e me trancar, me ter como posse, como propriedade. Ainda assim, fugirei porque sempre quis ser livre, lindo, maravilhoso, e andar sobre o campo, onde não há monstros, perigos, apenas o perfume das rosas, a sinceridade e o carinho das flores sem espinhos.

Lonely























Escrevo pelos outros, não por mim. Ando cansado demais e sem paciência para falar da minha vida. O que é bastante irônico, já que tudo que escrevo aqui me envolve por completo.

É que escrever me faz lembrar de algo que vem me incomodando muito nesses últimos meses: o fato de que estamos, inevitavelmente, sozinhos no mundo. Não importa se temos ótimos amigos, mães e pais espetaculares e namorados maravilhosos. No fim das contas, somos apenas nós. Tomando decisões e tendo que lidar com as consequências delas, sozinhos.Não posso negar que estou um pouquinho influenciado pelo fato de uma das minhas amigas mais próximas estar toda namorandinha com um cara novo. Fico feliz por ela, claro. Ela merece alguém legal. Mas é que toda vez que essa minha amiga começa a sair com alguém, eu automaticamente deixo de existir na vida dela. Mentira. Eu continuo existindo para ouvir as novidades e dar algumas opiniões que quase nunca são ouvidas. Tirando isso, sou cortado fora da agenda. Minha mãe sempre me disse que as amizades são circunstanciais. Minha mãe é apocalíptica e adora ver o pior lado das pessoas, por isso nunca levei esse conselho em consideração. Mas numa coisa ela está certa. Minha rede de amizades flui de acordo com uma variante invariável: quem está solteiro.Na verdade, também entram nesse grupo os amigos com relacionamento em crise. Esses costumam ter uma agenda bem mais disponível que os amigos emocionalmente felizes. Aliás, eu vou falar uma coisa. Nada mais chato do que um amigo emocionalmente feliz. Quer dizer, tudo bem estar feliz, que bom, que bom mesmo. Mas custa ter um porém? Um entretanto? Tipo "tô saindo com um cara incrível, maravilhoso, extraordinário, pena que ele tem mal hálito e é vesgo". Custa?Uma pessoa emocionalmente bem resolvida potencializa todos os seus complexos e as suas inseguranças. Só serve pra você se dar conta do quão patética e vazia é a sua própria vida. E como você realmente está sozinho. Apesar dos seus amigos ótimos. E dos seus pais super válidos e do seu namorado maravilhoso. E do seu gato de estimação que te faz companhia - exceto se ele estiver desaparecido há dois anos, de maneira misteriosa, e até hoje você tiver sonhos estranhos em que ele volta de um mestrado em Londres. Em vista disso tudo, eu só digo uma coisa: acostume-se com a sua cara. Você vai passar muito tempo sozinho com ela. 

( Se o desespero bater, procure o cirurgião plástico mais próximo).