Fiquei mais de uma semana sem
atualizar com um texto mais trabalhado aqui. E olha que não foi por falta de
tempo. Juro que tentei postar alguma coisa aqui, mais de uma vez. Achava tudo
uma porcaria e desistia no terceiro parágrafo.
O motivo dessa escassez criativa se deve a um
paradigma que me acompanha desde os primórdios da minha vida afetiva adulta,
ainda pela pós-adolescência, pouco antes de eu começar a investir em roupas
emo.É que eu escrevo muito melhor quando estou com raiva de alguém. E quando eu digo alguém, eu quero dizer um cara. E por cara, entenda sujeito-com-quem-estou-saindo-e-não-está-sendo-muito-bacana-comigo. É impressionante como eu fico produtivo quando minha vida afetiva está uma merda. Quanto mais decepcionado, triste e destruído eu fico, mais legais os textos saem. É como se eu pegasse tudo o que me incomoda, toda aquela massa amorfa de desilusões amorosas, colocasse numa fábrica de massinha e transformasse em estrelinhas, golfinhos e macarrões multicoloridos. Pode ser divertido pra quem vê, mas não necessariamente corresponde ao meu estado de espírito.
O único problema é que, para escrever bem, eu vou ter que começar a procurar problema onde não tem. Vou ter que vestir a carapuça melancólica e super analisar cada detalhe de cada conversa, de cada ligação, mensagem ou e-mail trocado. Vou precisar me ater a entrelinhas imaginárias, adivinhar o que está por trás de todos os pequenos silêncios, criar histórias mirabolantes para justificar questões que provavelmente nunca nem existiram fora da minha cabeça maluca. E a recíproca é verdadeira. Quanto mais feliz eu estou, menos interessantes meus textos ficam. Pelo menos pra mim. Demorei oito dias para escrever essa embromação descarada que vocês estão lendo agora. Desculpem-me por isso. Prometo melhorar. Para escrever como um verdadeiro fracassado, tenho que assumir desde já que nada vai dar certo, nunca. Que todos estão sempre mentindo e que é só uma questão de tempo (pouco tempo) até tudo dar errado.
É por isso que eu vou pedir desculpas novamente. Sinto muito,
caros leitores, mas acho que dessa vez vou preferir escrever mal.
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