segunda-feira, 14 de abril de 2014

O Seco da Garganta


Parece que tudo em relação a mim é sangue, culhão e loucura.
Sou eu morto pelo caminho. Sou eu não entendendo o que está se passando em mim. É o nervosismo rasgado na barriga por uma baioneta e depois estuprado no cú enquanto choro. Sou eu me torturando o tempo inteiro.


Eu quero vomitar tudo. A água, a saliva, a língua, o seco da garganta, a amígdala, o apartamento de milhões de metros quadrados vazios que virou o meu peito. Quero vomitar minha pele, meus olhos, meu fígado, meus horários, minhas listas de vontades. Eu quero tudo fora, tudo fora. Eu quero eu fora. Eu quero ir pra fora de onde está tão devastado e de onde eu tinha pintado tudo de azul pra te ver sentado bem no centro. No centro do meu peito, alguém, com a luz azul da minha esperança.

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