quinta-feira, 10 de julho de 2014

25 Anos de Destruição


'' Ascensão e a decadência ''- assim defino minha vida - devido ao uso de drogas, fiz de mim um exemplo errado de vida adolescente. O garoto de interior que contou com a sorte de vir para a capital não soube lidar com as pressões do ' novo mundo ' e de sua própria vida. Minha personalidade vulcânica sempre foi acentuada por sérios problemas familiares, emocionais e por um constante preconceito frente à minha assumida homossexualidade. Talvez esses tenham sido os motivos que me levaram às drogas e aos seus fins trágicos, ao longo de meus jovens anos. Minha vida nesse blog é sempre cruamente mostrada como uma tristeza e decadência infindável. Nunca fui inocente apesar de uma fragilidade aparente. Fiz o que quis, levo uma vida sinuosa e cheia de excessos. Trabalhei e estudei em lugares de todos os tipos, dos mais importantes aos irrelevantes. Meu único equívoco, em toda essa história pedante, foi não saber administrar minhas relações afetivas – familiares e pessoais.
Inseguro e carente, eu encontrei no álcool, maconha e cocaína o alento que não achei naquele que considerava o grande amor da minha vida, meu pai, e na falta de apoio da minha mãe – sempre retratada de forma traumática nesse blog –, o fio condutor de diversas crises, que alterna momentos de intenso amor – pela vida e pelas pessoas a meu redor – mas nunca por mim mesmo. Sem encontrar apoio na família, e ignorado pelos amigos, cheguei a uma inevitável decadência em minha jovem vida, enquanto encaro a crueldade da dependência química. Meus
escândalos e problemas crescem a cada dia e isso confere a esse blog biográfico, muitas vezes, certa excessividade, porém sem perder o lado crível. minhas fragilidades são expostas de forma bastante diretas e pontuais, seja nas fotografias, nas edições ou nas letras e poesias de outros autores. Consigo ao menos a proeza de mesclar o luminoso dessa decadência  com minha agonia interna,  intensa, vibrante e hipnótica, que ofusca minhas qualidades mais saldáveis e meus níveis de paz com a sobriedade. Mesmo com alguns tropeços, o Calabouço cumpre seus fins, já que o próprio autor - eu - queira alertar para os perigos da solidão sem fim, ainda que sem recompensas, a poucas semanas dos meus 25 anos de destruição. Sigo sem importância e sem saber pra onde ir.

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