As redes sociais trouxeram consigo dois grandes benefícios -
e não, eu não estou falando daquelas chatices do Farmville e do Mafia Wars. Eu
me refiro aos poderes quase divinos que essas redes nos emprestam. Lá nós somos
onipresentes e, principalmente, oniscientes. O que é ao mesmo tempo uma dádiva
e um estorvo.
O Facebook, por exemplo, tão inventivo e sagaz, devia ter algum tipo de aplicativo que nos avisasse precisamente o momento de parar nossas pesquisas nos perfis alheios. Ainda mais se o perfil alheio em questão for o de alguém em que você está interessado.Porque até um certo ponto a pesquisa é saudável. É justa, é digna. Mas a fronteira entre a dignidade e o excesso de informação é meio nebulosa. Quando você se dá conta, já está a quilômetros de distância da tal fronteira, mais precisamente na página do melhor amigo do garoto que você suspeita que o tal "alguém" esteja pegando.Aliás, ênfase na palavra "pegando". Mais uma daquelas informações que era melhor não saber. Que o Facebook Team devia ter te impedido de descobrir, bloqueado seu acesso, te distraído com um anúncio irritante do Farmville, o que fosse.
Quando alguém que te interessa usa o termo "pegar", não tem como a carapuça não te servir imediatamente, quase que numa surra de carapuça. Você vai ser pego por ele, muito em breve. E vocês vão aprontar uma tremenda pegação. Mas vá lá. Eu confesso que de vez em quando também me escapa um "peguei fulano", entre amigos, num clima de descontração alcoólica. Só que estando do outro lado e analisando friamente, não posso negar que me senti um pouquinho desconfortável.
"Pegar" é um termo tão juvenil, tão casual. Você pega uma fruta na geladeira, um suco. No meu caso, eu não pego nada, porque a minha geladeira está sempre vazia ou com restos de comida de outros dias. O que, convenhamos, não é lá muito diferente do que foi minha vida afetiva a uns 9 meses atraz. Sim, eu conheci uma pessoa, ele é bom pra mim e estamos felizes. Mas voltando ao caso, quando você diz que "quer pegar fulano" ou que "está pegando sicrano", a impressão que dá é que o objeto da sua pegação é tão importante quanto o ultimo bife que sobrou do almoço. Pegar é sinônimo de absolutamente nada relevante. Assim como a comida na geladeira, você pega, você come, você joga o resto fora.
O Facebook, por exemplo, tão inventivo e sagaz, devia ter algum tipo de aplicativo que nos avisasse precisamente o momento de parar nossas pesquisas nos perfis alheios. Ainda mais se o perfil alheio em questão for o de alguém em que você está interessado.Porque até um certo ponto a pesquisa é saudável. É justa, é digna. Mas a fronteira entre a dignidade e o excesso de informação é meio nebulosa. Quando você se dá conta, já está a quilômetros de distância da tal fronteira, mais precisamente na página do melhor amigo do garoto que você suspeita que o tal "alguém" esteja pegando.Aliás, ênfase na palavra "pegando". Mais uma daquelas informações que era melhor não saber. Que o Facebook Team devia ter te impedido de descobrir, bloqueado seu acesso, te distraído com um anúncio irritante do Farmville, o que fosse.
Quando alguém que te interessa usa o termo "pegar", não tem como a carapuça não te servir imediatamente, quase que numa surra de carapuça. Você vai ser pego por ele, muito em breve. E vocês vão aprontar uma tremenda pegação. Mas vá lá. Eu confesso que de vez em quando também me escapa um "peguei fulano", entre amigos, num clima de descontração alcoólica. Só que estando do outro lado e analisando friamente, não posso negar que me senti um pouquinho desconfortável.
"Pegar" é um termo tão juvenil, tão casual. Você pega uma fruta na geladeira, um suco. No meu caso, eu não pego nada, porque a minha geladeira está sempre vazia ou com restos de comida de outros dias. O que, convenhamos, não é lá muito diferente do que foi minha vida afetiva a uns 9 meses atraz. Sim, eu conheci uma pessoa, ele é bom pra mim e estamos felizes. Mas voltando ao caso, quando você diz que "quer pegar fulano" ou que "está pegando sicrano", a impressão que dá é que o objeto da sua pegação é tão importante quanto o ultimo bife que sobrou do almoço. Pegar é sinônimo de absolutamente nada relevante. Assim como a comida na geladeira, você pega, você come, você joga o resto fora.
Eu sinto falta da época em as pessoas usavam o termo
"ficar". Porque, bem ou mal, você não está só "pegando" o
indivíduo, você está "ficando"com ele. É uma evolução de comida de
geladeira para bichinho de estimação. Por isso, a partir de hoje, não
saiam por aí a "pegar" mais ninguém. Ok, não serei radical no
conselho. De vez em quando é bom acontecer. Mas enquanto as redes sociais nos permitir sermos oniscientes, eu detestaria
saber que alguém me considera "pegável".
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