A julgar pela fisionomia, ele, que ali deitado fumava, olhava o vazio e apreciava seu som, pensava.
Pensava..
Não sentia fome, e não havia comido o dia inteiro.
Não sentia frio, e um gélido vento soprava em seus pés descalços.
Parado, pensava..
Pensava no "Ontem" e nos labirintos que enfrentara.
Pensava no "Hoje" e nos caminhos a decidir.
Ele, brutalizado por tantas perdas não sabia onde ir.
Sua fisionomia cria desafios? - Perguntara um desconhecido.
- É um horror - respondeu ele.
- Não em todo lugar:
há um lugar onde o mal formado tem graça, onde o hediondo pode ser bonito, onde a estranheza não é evitada, mas celebrada. Este lugar se chama auto-aceitação.
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