sábado, 26 de janeiro de 2013

Pseudo Eu

Olhem bem para a foto ao lado.
Sou eu. Ou melhor, era eu, quando eu tinha uns 16 ou 17 anos. Eu era estranho.
A começar pelo imensa franja do meu cabelo, uma coisa mezzo Família Adams , mezzo Eduard - Mãos de Tesoura. O Tim Burtom se inspirou nessa foto pra fazer o Filme ... rs  Eu poderia passar o dia mencionando os detalhes dessa rica foto, de uma Era Pré-Photoshopiana, mas vou me resumir ao que realmente importa agora: eu era estranho.
E uma pessoa com esse nível de estranheza aprende desde cedo o que é ser alvo de piadas. Se hoje eu consigo rir e fazer os outros rirem com isso, é porque um longo caminho já foi e continua sendo percorrido.
Não existe nada mais fácil do que sacanear quem já é frequentemente sacaneado. É tiro certo, todos vão achar graça. Mas aí não estamos falando de humor. O nome disso é bullying.
Anos se passaram desde que essa foto foi tirada e agora eu me vejo em um cenário muito parecido com o que eu vivi quando era só um garoto estranho. Não sou a favor de fazer graça de quem já tem que lidar diariamente com a intolerância. Sou a favor de se fazer piada da intolerância em si. Em colocar na mesa os nossos podres para que a gente lembre que eles existem... Hoje eu tenho a certeza de que a graça não está em ridicularizar o diferente.
O meu objetivo sempre será alfinetar o preconceito que era vigente  que existe e não deve ser ignorado. Eu quero ter uma voz bem sucedida, que rompe a barreira do politicamente correto em prol do respeito as diferenças, que consegue, de maneira muito sagaz, ser ao mesmo tempo ácido e construtivo.
E é nessa via de pensamento que eu acredito.

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