Voltei para casa cheio de esperma, com o rosto manchado, e
minha mãe me esperava dormindo no sofá.
- Estou aqui - falei. - Cheguei.
Ela estava muito sonolenta para me repreender pelo horário,
portanto acenou com a cabeça e foi para o seu quarto.
Entrei no banheiro, me olhei no espelho e não vi mais a
imagem daquele que se examinava encantado alguns anos antes. Vi olhos tristes,
que as lágrimas escorrendo pelo rosto tornava ainda mais miseráveis. Vi uma
boca que tinha sido violentada diversas vezes naquela noite e que tinha perdido
o seu frescor. Me sentia invadido, emporcalhado por corpos estranhos.
Entrei no box do banheiro com agua escaldante caindo pra
tirar o cheiro daquele líquido da pele, com o corpo que, ainda agora me lembro,
quando escrevo no meio da noite, cheira a sexo.
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