Poesia não são rimas, mas letras que choram. Poesia não são formas, são gritos que se escrevem. Poesia não é imaginada, é o lamento da madrugada.
Éramos célebres líricos. Éramos sãos, lúcidos céticos. Cínicos não. Músicos práticos só de canção. Nada didáticos nem na intenção. Tímidos típicos sem solução. Davam-nos rótulos todos em vão. Éramos únicos na geração. Éramos nós dessa vez. Tínhamos dúvidas clássicas, muita aflição. Críticas lógicas, ácidas não! Pérolas ótimas, cartas na mão. Eram recados pra toda a nação. Éramos súditos da rebelião, símbolos plácidos, cândidos não! Ídolos mínimos, múltipla ação.Sempre tem gente pra chamar de nós
Sejam milhares, centenas ou dois
Ficam no tempo os torneios da voz
Não foi só ontem, é hoje e depois
São momentos lá dentro de nós
São outros ventos que vêm do pulmão
E ganham cores na altura da voz
E os que viverem verão.
Fomos serenos num mundo veloz
Nunca entendemos então por que nós
Só mais ou menos.
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